sexta-feira, 26 de março de 2010

O PERIGO DA HISTÓRIA ÚNICA



Como encerramento da semana da leitura aqui no blog do Espaço Culturalmente, dedico este vídeo, que me foi proporcionado pelos caminhos da amizade e da partilha, aos mais crescidos (adultos). É um discurso que fala de ler, de livros, de africanos, de americanos, de família, de estereótipos e de preconceitos.

O PERIGO DA HISTÓRIA ÚNICA!
Por Chimamanda Adichie
Para reflectir.

Obrigada Dr. João Carlos Carranca


Para quem quer ler já com tradução clique aqui

1 comentários:

Pena disse...

Estimados Colegas:
Logo após ter visto emocionado a narrativa apaixonante desta Senhora fabulosa de cor negra fiquei a pensar, sabem?
Sim! As Histórias únicas pecam por ser omissas de dignidade, quer com um povo, quer com um assunto, quer com um simples Ser Humano ou quer com uma simples criança.
Lembrei-me logo de um aluno meu amigo e repleto de vivências de maus procedimentos e atitudes violentas na escola ou fora dela.
Sensibilizado por ele, contou-me, particularmente, que quem chegar a casa primeiro abre o figorífico, vê se há comida ou não há. Se huover come o que há, se não houver deita-se sem comer.
O Pai é inexistente, omisso da família por ter actos indevidos, onde só vale a força e a violência. A sua mãe é muito humilde, muito simpática, mas não define, nem consegue ultrapassar, nem decidir as boas ou más condutas do filho ou Educando.
O meu amigo que é meu aluno, outro dia bateu áspera e violentamente num colega de escola. Os factos eram demasiado óbvios: foi alvo de um processo disciplinar e advertência. De imediato, chegou uma carta à Direcção da escola, pelo ocorrido, da parte do aluno sofredor de maus tratos e pronta a intervir neste processo pondo o meu amigo e aluno em advertência e em sobreaviso perante outras ocorrências da vida na escola.
Considerei justo, mas..?
Alguém se interrogou porque ele fez aquilo?
Alguém lhe perguntou onde "mora" em si tanta violência, porquê?
Alguém se interrogou porque agiu daquela maneira tão brutal? É que ele disse-me que o fez porque tinha visto na televisão. "Eu imitei-os, somente." disse, ingenuamente - "Não é o que se faz agora? - Inquiriu-me com sinceridade.
Alguém se lembrou de que há certos assuntos indevidos que passam, exageradamente e de forma repetida pelo sensacionalismo em fazer as notícias nos órgãos de informação?
Creio, que isto não é uma História Única, mas a meu ver, uma História de vida em que se não perguntou nada sobre o meu amigo aluno? Como o são todos os alunos.
Quando o inquiri porque reagiu assim, vi-lhe um misterioso abraçar do seu olhar indefeso e um medo e arrependimento visíveis, somente.
Desculpem, mas tinha de fazer este comentário, se fosse o meu filho que anda aí, era capaz de ficar revoltado, mas apuraria o que se passava com o amigo de que o meu filho era amigo e lhe bateu porque viu na TV muitos a baterem numa só pessoa, podem ficar certos.
Por vezes, a desinformação das televisões não pactua com a Educação que temos que priveligiar nos nossos amigos alunos, sabem?
Vinco bem, o meu amigo aluno: "Vi na Tv, fazerem assim, não se deve é?"

Com os votos de uma Santa Páscoa.
Ainda bem que passaram este delicioso vídeo.
Sempre no maior respeito, estima e consideração.

pena