Hoje estamos mais pobres e tristes.
Deixamos de contar com a imaginação, a sensibilidade, a inteligência, a firmeza e o conhecimento do nosso Prémio Nobel da literatura, que se expressava através da escrita, sendo capaz de nos surpreender em todas as obras.
No meu percurso académico , a disciplina de história foi sempre o meu lado B, que me dava até alguma alergia ao recordá-la. Foi através dos livros de Saramago que revi esse lado B e me converteu numa pessoa interessada na história de Portugal.
Há dois livros que me interessaram especialmente, a “Jangada de Pedra” e o “Ensaio sobre a cegueira”. A primeira por ser um ficção interessantíssima sobre nós, Ibericos, e a nossa relação com a Europa, que para mim por vezes se tornou hilariante, e o segundo, porque explora com grande profundidade o que é o ser humano, como são os valores da nossa sociedade e como facilmente e rapidamente se pode “organizar” o caos, fazendo –nos sentir bem pequeninos.
Agradava-me também a sua personalidade e as suas intervenções polémicas. Com Saramago não havia meio termo, nem conversa morna: ou se amava, ou se detestava.
Anabela Quelhas
1 comentários:
Brilhante e Sensível Amiga:
"...Agradava-me também a sua personalidade e as suas intervenções polémicas. Com Saramago não havia meio termo, nem conversa morna: ou se amava, ou se detestava..."
Concordo plenamente contigo. Tens um ímpar talento que fascina e encanta.
O escritor não nos deixou, talvez, o homem tenha partido, mesmo sem ter opiniões fundamentadas no seu ser e sentir. Fascinante, mas sempre constituiu para mim uma figura enigmática e misteriosa num mundo só dele. Construiu-o com talento, por isso, indissolúvel o homem e o escritor.
Perfeito, amiga enorme.
Com respeito, estima e imensa consideração gigantes.
Beijinhos puros de uma amizade sincera.
pena
Genial.
Bem-Hajas, extraordinária e amiguinha de ouro.
Adorei. Fantástica análise de Saramago que nos deixou com alguma emoção em todos nós.
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